terça-feira, 10 de março de 2015

#Resenha: Persuasão, Jane Austen

Boa tarde!!

Quem me conhece sabe como adorooooo um romance de época! E nada melhor do que a divona Jane Austen  porque ela sabe como ninguém nos fazer torcer, chorar, gritar e se apaixonar deliberadamente por seus personagens!!!!

Por isso, a resenha de hoje é de um dos meus romances preferidos! Demorei um mês para lê-lo, porque é muito forte, o livro todo é traçado sob a persuasão evidente em cada personagem. Vai chegar a um ponto que você não gostará de ninguém, apenas da protagonista, que é uma fofa perdida no olho do furacão!
Entretanto, vale muito a pena lê-lo. Vale repensar em nossas atitudes, e o como nos deixamos levar pelos outros!


Há oito anos e meio, Anne Elliot, uma moça de dezenove anos, rompe o noivado com Frederick Wentworth, mesmo amando-o extremamente, simplesmente pelo fato da chata, nojenta, mimada etc. da sua irmã mais velha Elizabeth e de sua melhor amiga, que tem o papel uma mãe para ela, Lady Russell o desprezam, por, veja bem, Wentworth ser pobre!

Passados esses anos, é aí que começa o romance.
Anne vai passar uns dias na casa da sua irmã, outra chata, a Mary, que vive doente e reclamando de tudo, querendo sempre o melhor e as atenção só para ela.

Como o Sir Walter - pai de Anne, Elizabeth e Mary, alugou sua mansão, pois já estava falindo - bem feito! - Anne vai ficar alguns dias ao longo dessa mudança na casa de Mary, que já é casada, e depois na casa da amiga Russell.

Então, o inevitável acontece! Os Croft, cunhado e a irmã de Wentworth, que agora é comandante da marinha, alugam a casa do pai de Anne, que são pessoas totalmente amáveis e respeitáveis. Logo fazem amizade com Anne e sua família, embora ela tenha muito medo de reencontrar Wentworth.
"Nós certamente que não vos esquecemos tão depressa como vocês nos esquecem. Isso é talvez o nosso destino, e não o nosso mérito. Não conseguimos evitá-lo. Nós vivemos em casa, sossegadas, confinadas e os nossos sentimentos perseguem-nos. Os homens são obrigados a ter uma atividade. Têm sempre uma profissão, interesses, negócios de um tipo ou de outro, para os levar imediatamente de volta para o mundo e a ocupação e a alteração constantes depressa diminuem qualquer depressão."
E sim, esse dia chega, e é difícil até para nós, leitores, vê-los fingindo que não se conhecem, que nada aconteceu entre eles. O tempo passa e acontecimentos se sucedem. A maioria dos personagens são extremamente fúteis. Idiotas e fingidos. Dá muitaaaaaa raiva, e foi por isso que demorei mais para ler. É um tentando persuadir o outro o tempo todo!

Ainda assim, o livro é incrível, me fez refletir imensamente, mas tem um detalhe: a Anne é feita de besta o tempo todo!

Como ela já tem 28 anos e é solteira; está sempre sendo taxada de encalhada, feia, bobinha, sem sal, essas coisas, embora esteja sempre prontíssima a ajudar quem quer que seja.

No decorrer da trama, a Anne ajudará, e fará papel de empregada de praticamente todos os personagens. Eu, particularmente, só gostei dela, dos Croft, do Wentworth.

Chegando bem ao final do livro, Anne conseguirá através - justamente - de suas atitudes benéficas conquistar ainda mais Wentworth, e com uma coragem que a desperta naquele instante, pela primeira vez, ouso dizer. Ela corre atrás de seu grande e verdadeiro amor! Ela enfim, busca e assume seu sonho sem ter medo, e sem cair na persuasão de seu ninguém!
"Não podia haver objeção. Em público, só podia haver uma alegria comedida, uma amável aquiescência; e sorrisos contidos e uma excelente disposição que disfarçavam a enorme felicidade interior."
Ameeeei muito esse livro. Foi difícil de ler porque a Anne era aproveitada por todos e nunca era reconhecida. Sempre maltratada. O pai e a irmã mais velha então, Jesus! Que preguiçosos, só a humilhavam.

Mas o final foi bem surpreendente, acredito que para quem se deixou levar uma vida inteira, ela foi muito valente. E refleti muito. Muito mesmo. Sobre como tantas vezes seguimos pela cabeça dos outros, nos deixamos ser persuadidos, perdendo a chance de sermos verdadeiramente felizes e, como quisermos!

Daí você me diz: "Ah Ana, mas têm gente que só se interfere e nos persuade porque nos ama e quer o nosso bem."
Sim, realmente, só que não temos que quebrar a cara mesmo? São milhares de coisas que aprendemos, damos mais valor, nos descobrimos, porque simples e genuinamente quebramos a cara?!

Pois sim. Eu gosto, e sou do tipo que faço na maioria das vezes aquilo que meu coração diz, ouço conselhos sim, mas não me deixo persuadir, porque já deixei MUITAS VEZES, e só me arrependi e perdi muitas coisas maravilhosas, inclusive auto-estima, confiança etc.

O que tirei deste livro e indico à vocês é o seguinte: ouçam os outros, analisem, pensem, pensem muito. Mas acima de tudo, tenha fé em Deus e confiança, perseverança em si mesmos, porque na hora da boca quente, do vamos ver, a hora que o bicho pega, é você, Deus, e toda a confiança em si que você tiver, porque quando perdemos o amor em nós mesmo, pode aparecer o amor, o príncipe encantado de nossas vidas, um trampo incrível, saúde pra dar, vender e emprestar e uma infinidade de coisas legais, entretanto, não sabemos como aceitá-la, achamos que não merecemos, perdemos uma infinidade de coisas, porque não acreditamos em nós mesmo. Humildade é tudo. Agora deixar que façam com a gente, o que fizeram com a Anne - nos diminuir, rebaixar demasiado, humilhar, usar - não nos concederá privilégio algum, nem uma vida digna.
"- Tu devias ter notado a diferença - respondeu Anne. - Não devias ter duvidado de mim agora; a situação era tão diferente; a minha idade era tão diferente. Se eu errei ao ceder uma vez à persuasão, lembra-te de que foi uma persuasão exercida a pensar na segurança, não no risco. Quando cedi, pensei que cumpria o meu dever; mas agora não estava nenhum dever em causa. Se casasse com um homem que me era indiferente, teria corrido todos os riscos e violado todos os deveres."
Classificação: 5

Beijos,
Ana M.

3 comentários:

  1. Ooii Anaa!

    De Blog novo, hehe \o/

    Eu odeio romances de época! Não consigo ler nem mesmo o melhor do mundo! Já tinha ouvido falar desse livro e inclusive de muitas outras obras da Austen, mas por mais que falem bem, não tenho vontade de ler :/

    Mesmo assim, adorei a resenha! ^^

    P. S. Depois te sigo, tô pelo celular ♥

    Bjs!

    http://leiturasilenciosaoficial.blogspot.com.br/2015/03/parceria-leila-kruger.html

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  2. Oiiiiee Jhonatan!!!

    Ah, eu te entendo!
    Eu também tinha muitaaaaa dificuldade em ler romances de época, até que fui obrigada a ler pro vestibular! Mas aí gostei das histórias (apesar de não entender muitas palavras kkkk) e fui acostumando. Li vários porque eram os que mais tinham na biblioteca da escola.

    São muito legais, porém, prefiro os atuais, pois são mais verdadeiros, viciantes e a gente entende bem! kkkkk

    Mtooo obrigadooo pela visita, daqui a pouco vou lá te visitar tbm kkkk
    bjoos!

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  3. Parece muito bom, Ana!!
    Concordo contigo: na hora do "vamos ver" é você, Deus e mais ninguém. E quebrar a cara faz parte, faz a gente crescer, aprender e ser gente!!

    Já vou colocar na lista de "queto ler".

    =**

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Beijos,
Ana M.