Boa tarde!!
Quem me conhece sabe como adorooooo um romance de época! E nada melhor do que a divona
Jane Austen 
porque ela sabe como ninguém nos fazer torcer, chorar, gritar e se apaixonar deliberadamente por seus personagens!!!!
Por isso, a resenha de hoje é de um dos meus romances preferidos! Demorei um mês para lê-lo, porque é muito forte, o livro todo é traçado sob a persuasão evidente em cada personagem. Vai chegar a um ponto que você não gostará de ninguém, apenas da protagonista, que é uma fofa perdida no olho do furacão!
Entretanto, vale muito a pena lê-lo. Vale repensar em nossas atitudes, e o como nos deixamos levar pelos outros!
Há oito anos e meio,
Anne Elliot, uma moça de dezenove anos, rompe o noivado com
Frederick Wentworth, mesmo amando-o extremamente, simplesmente pelo fato da chata, nojenta, mimada etc. da sua irmã mais velha Elizabeth e de sua melhor amiga, que tem o papel uma mãe para ela, Lady Russell o desprezam, por, veja bem, Wentworth ser pobre!
Passados esses anos, é aí que começa o romance.
Anne vai passar uns dias na casa da sua irmã, outra chata, a Mary, que vive doente e reclamando de tudo, querendo sempre o melhor e as atenção só para ela.
Como o Sir Walter - pai de Anne, Elizabeth e Mary, alugou sua mansão, pois já estava falindo - bem feito! - Anne vai ficar alguns dias ao longo dessa mudança na casa de Mary, que já é casada, e depois na casa da amiga Russell.
Então, o inevitável acontece! Os Croft, cunhado e a irmã de Wentworth, que agora é comandante da marinha, alugam a casa do pai de Anne, que são pessoas totalmente amáveis e respeitáveis. Logo fazem amizade com Anne e sua família, embora ela tenha muito medo de reencontrar Wentworth.
"Nós certamente que não vos esquecemos tão depressa como vocês nos esquecem. Isso é talvez o nosso destino, e não o nosso mérito. Não conseguimos evitá-lo. Nós vivemos em casa, sossegadas, confinadas e os nossos sentimentos perseguem-nos. Os homens são obrigados a ter uma atividade. Têm sempre uma profissão, interesses, negócios de um tipo ou de outro, para os levar imediatamente de volta para o mundo e a ocupação e a alteração constantes depressa diminuem qualquer depressão."
E sim, esse dia chega, e é difícil até para nós, leitores, vê-los fingindo que não se conhecem, que nada aconteceu entre eles. O tempo passa e acontecimentos se sucedem. A maioria dos personagens são extremamente fúteis. Idiotas e fingidos. Dá muitaaaaaa raiva, e foi por isso que demorei mais para ler. É um tentando persuadir o outro o tempo todo!
Ainda assim, o livro é incrível, me fez refletir imensamente, mas tem um detalhe: a Anne é feita de besta o tempo todo!
Como ela já tem 28 anos e é solteira; está sempre sendo taxada de encalhada, feia, bobinha, sem sal, essas coisas, embora esteja sempre prontíssima a ajudar quem quer que seja.
No decorrer da trama, a Anne ajudará, e fará papel de empregada de praticamente todos os personagens. Eu, particularmente, só gostei dela, dos Croft, do Wentworth.
Chegando bem ao final do livro, Anne conseguirá através - justamente - de suas atitudes benéficas conquistar ainda mais Wentworth, e com uma coragem que a desperta naquele instante, pela primeira vez, ouso dizer. Ela corre atrás de seu grande e verdadeiro amor! Ela enfim, busca e assume seu sonho sem ter medo, e sem cair na persuasão de seu ninguém!
"Não podia haver objeção. Em público, só podia haver uma alegria comedida, uma amável aquiescência; e sorrisos contidos e uma excelente disposição que disfarçavam a enorme felicidade interior."
Ameeeei muito esse livro. Foi difícil de ler porque a Anne era aproveitada por todos e nunca era reconhecida. Sempre maltratada. O pai e a irmã mais velha então, Jesus! Que preguiçosos, só a humilhavam.
Mas o final foi bem surpreendente, acredito que para quem se deixou levar uma vida inteira, ela foi muito valente. E refleti muito. Muito mesmo. Sobre como tantas vezes seguimos pela cabeça dos outros, nos deixamos ser persuadidos, perdendo a chance de sermos verdadeiramente felizes e, como quisermos!
Daí você me diz: "Ah Ana, mas têm gente que só se interfere e nos persuade porque nos ama e quer o nosso bem."
Sim, realmente, só que não temos que quebrar a cara mesmo? São milhares de coisas que aprendemos, damos mais valor, nos descobrimos, porque simples e genuinamente quebramos a cara?!
Pois sim. Eu gosto, e sou do tipo que faço na maioria das vezes aquilo que meu coração diz, ouço conselhos sim, mas não me deixo persuadir, porque já deixei MUITAS VEZES, e só me arrependi e perdi muitas coisas maravilhosas, inclusive auto-estima, confiança etc.
O que tirei deste livro e indico à vocês é o seguinte: ouçam os outros, analisem, pensem, pensem muito. Mas acima de tudo, tenha fé em Deus e confiança, perseverança em si mesmos, porque na hora da boca quente, do vamos ver, a hora que o bicho pega, é você, Deus, e toda a confiança em si que você tiver, porque quando perdemos o amor em nós mesmo, pode aparecer o amor, o príncipe encantado de nossas vidas, um trampo incrível, saúde pra dar, vender e emprestar e uma infinidade de coisas legais, entretanto, não sabemos como aceitá-la, achamos que não merecemos, perdemos uma infinidade de coisas, porque não acreditamos em nós mesmo. Humildade é tudo. Agora deixar que façam com a gente, o que fizeram com a Anne - nos diminuir, rebaixar demasiado, humilhar, usar - não nos concederá privilégio algum, nem uma vida digna.
"- Tu devias ter notado a diferença - respondeu Anne. - Não devias ter duvidado de mim agora; a situação era tão diferente; a minha idade era tão diferente. Se eu errei ao ceder uma vez à persuasão, lembra-te de que foi uma persuasão exercida a pensar na segurança, não no risco. Quando cedi, pensei que cumpria o meu dever; mas agora não estava nenhum dever em causa. Se casasse com um homem que me era indiferente, teria corrido todos os riscos e violado todos os deveres."
Classificação: 5
Beijos,
Ana M.