sábado, 28 de dezembro de 2019

Resenha: O Colecionador, John Fowles

Boa noite, gente! 
Tudo bem?
Hoje tem resenha de um clássico que eu estava louca para ler!
Confira!


O Colecionador do autor inglês John Fowles é um dos livros que eu mais queria ler na vida! Eu adorei as resenhas que li dele, achei a ideia bem interessante, embora louca. Pois bem, li em poucos dias, só que não rolou...

O livro é muito bem escrito e como tem narrativa em primeira pessoa pelos dois personagens principais, achei incrível como o autor soube dara voz de cada, de uma forma que sabemos quem está narrando, e sentimos, muito, o que estão sentindo.

Porém, a história é muito pesada. Apesar de envolvente, me deixou mal, com uma dor na boca do estômago por dias. E me fez ter mais medo de viver nesse mundo machista e violento do que nunca.

A história é sobre o funcionário público, Frederick Clegg, que ao ganhar na loteria, acaba realizando seu "sonho" de sequestrar Miranda.

Miranda é uma estudante de arte que sabe o que quer. Não tem medo de lutar por seus sonhos, e tem uma força de vontade de viver que é admirável.

Clegg é um banana, pra falar coisa pior, já que não me permito xingar nas minhas resenhas (mas na minha mente tô xingando muito, fiquem certos disso!). Ele foi criado por uma tia, não tem afeto por ninguém, é um idiota, e sabe disso. Coleciona borboletas, e se apaixona por Mirando, tornando-se um stalker no sentido mais amplo da palavra.

Com a bolada que ganha, compra uma casa interiorana sem vizinhos por perto. Sequestra Miranda, e passa, ardilosamente a enganá-la e a tratá-la apenas como um objeto seu.

Eu adorei a Miranda. Li muitas resenhas xingando ela por achar ela chata. Eu achei ela icônica. Mulher guerreira, dona de si, forte, que tenta e tenta sobreviver e fugir. O fato dela uma hora chorar e gritar, e noutra, ser dócil e tentar ser amiga do Clegg, só mostra o quanto ela é inteligente e tenta fazer com que ele veja o erro que está comentendo. Ao ler a parte de sua narrativa em forma de diário, da pra ver bem o quanto ela reflete sobre a personalidade dele e o que ele quer com ela.

Sobre uma cena que ela tenta seduzi-lo. Teve gente criticando. E, gente, pelamor, né? E daí que ela tentou seduzir ele? Ele É o CULPADO!!!!!! Ele a aprisionou!!!! Ela não só tinha, como devia, tentar sobreviver, e quais sejam suas escolhas, é direito dela.

O livro e a reação de alguns leitores mostram bem o quanto a sociedade é muito machista. O errado é ele, mas vejo só gente a favor dele por ser um "bobo, sem graça, coitado".

Sobre a narrativa do Clegg, é aquela coisa, de burro e bocó ele não tem nada!!!
O cara é inteligentíssimo. Percebe como a Miranda tenta fazer amizade com ele, pra ver se ele a deixa escapar. É muito astuto e perigoso. E tem uma frieza sem limites. Pra mim, é um psicopata.

Ele, que diz amá-la tanto, comete cada coisa, que me deixou enojada, triste, nervosa, com as lágrimas presas. Foi uma das leituras mais insanas e difíceis que já fiz na vida, inclusive até doei meu exemplar, porque nunca mais chego perto desse livro!

O final é horrível. Tenebroso, marcante e me deixou com mais medo do futuro, da vida, de seres humanos podres como o Clegg.

Não gostei da história, mas foi necessária, sim, me fez refletir sobre algumas situações da vida, e sobre como as pessoas são idiotas em ter dó, na maioria das vezes, de machos escrotos como este.

Essa é a terceira resenha de dezembro do Desafio Literário Livreando 2019.
Da opção: um clássico.
Saiba mais sobre o Desafio do querido blog Livreando, CLICANDO AQUI!

Beijinhos,
Ana M.

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Ana M.